PARATY (RJ) - Jonathan Franzen, 52 anos, encontrou novos e bem sucedidos rumos no fim de 2010, época do lançamento do livro “Liberdade”, quando o autor foi capa da influente revista Time, que o definiu como o “grande romancista americano”.
A partir desse marco Frazen administra reações; passou a ser reconhecido
nas ruas e, em sua percepção humorada, ter a antipatia de escritores. “As
pessoas passaram a me odiar depois dessa capa”, lembrou o autor, durante a
coletiva de imprensa na Flip. “Até eu me odiaria se estivesse do outro lado. Os
escritores são de forma geral muito invejosos”, brincou.
Durante quase uma hora
de entrevista Franzen mostrou um tipo contido de empatia, um perfil timidamente
humorado. Antes de cada resposta ele permanecia em silêncio durante quatro ou
cinco segundos, hesitava, baixava o olhar, e então tentava explicar processos
de escrita ou peculiaridades da criação com alguma boa frase puxada da memória.
“O Brasil está me deixando filosófico”, disse.
Franzen parece ressaltar
a herança literária norte-americana, o vínculo estilístico com a narrativa
clássica, falando sobre literatura a partir de conceitos quase sempre voltados à
estrutura do romance, construção do personagem e desenvolvimento dramático. “Minha
ideia de personagem é alguém em conflito. Você quer ser leal mas também quer se
divertir, quer ser rico mas também uma boa pessoa. Definindo personagens em
termos de oposição existe drama”, refletiu.
Franzen é celebrado no
meio literário por escrever sobre impasses culturais, épicos que tratam de
dilemas políticos e sociais contemporâneos. “Preciso deixar minha política de
fora quando escrevo ficção”, ressaltou, sobre democratas e republicanos em seus
enredos. “Se você for um bom escritor rejeita a ideia de que todos democratas
são bons e os republicanos são ruins. E se você for um certo tipo de escrtior
vai tentar provar o oposto”, sugeriu.
*Viagem a convite do Itaú Cultural
*Viagem a convite do Itaú Cultural
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