As opiniões de Sang-soo Im sobre a sociedade
tendem perigosamente para um tipo de maniqueísmo, insistindo em apontar a localização
precisa do bem e do mal, tratando o problema evidente da hierarquia de classes
através de representações que excluem a possibilidade de nuances. As pessoas
ricas deste filme têm coração ruim, são cruéis de uma maneira que parece
repetir um comportamento condicionado pela história social, convocando de forma
abrupta e razoavelmente óbvia as necessidades do melodrama. A técnica repete
métodos do passado; a câmera é posicionada de maneira didática para enfatizar o
poder da hierarquia social, algo que era engenhoso nos anos 1940 mas parece
politicamente primário hoje. Os personagens que representam possibilidades de
mudança, que tensionam essa suposta crueldade adquirida, ameaçam transformar o
filme em um melodrama sofisticado, mas são ofuscados por caricaturas da maldade
e decisões arbitrárias que reforçam o que há de ruim e desgastado no gênero.
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