O fim do mundo aparece nos sonhos de um homem comum, que reage em
defesa de sua mulher e filha. O filme de gênero, neste caso a destruição da
humanidade, surge em cenas curtas guiadas por um senso gradual de horror,
segmentos que modificam a percepção inicial sobre a aparência de realismo em uma
pequena comunidade conservadora dos Estados Unidos e insinuam a possibilidade
de um mal estar iminente. São sequências que sugerem desamparo através do som e
de um certo rigor formal, sentimento que incentiva o protagonista a agir de forma
gradualmente obsessiva e perigosa. O pesadelo de um futuro sombrio está fora da
realidade aparente; motiva a ação sem confirmar sua real natureza. Apesar de
aliviar um conteúdo provocador, podando certas consequências
extremas, violentas ou abusivas, deixando seu filme no tom moderado, Jeff
Nichols parece ter prazer na construção de uma atmosfera reconhecível do gênero
fim do mundo, usando as ferramentas conhecidas dessa estética para alterar a perspectiva sobre um pequeno drama familiar, insinuando análises sociais no contexto
de um possível apocalipse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário