quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

#2 Take shelter (2011)



O fim do mundo aparece nos sonhos de um homem comum, que reage em defesa de sua mulher e filha. O filme de gênero, neste caso a destruição da humanidade, surge em cenas curtas guiadas por um senso gradual de horror, segmentos que modificam a percepção inicial sobre a aparência de realismo em uma pequena comunidade conservadora dos Estados Unidos e insinuam a possibilidade de um mal estar iminente. São sequências que sugerem desamparo através do som e de um certo rigor formal, sentimento que incentiva o protagonista a agir de forma gradualmente obsessiva e perigosa. O pesadelo de um futuro sombrio está fora da realidade aparente; motiva a ação sem confirmar sua real natureza. Apesar de aliviar um conteúdo provocador, podando certas consequências extremas, violentas ou abusivas, deixando seu filme no tom moderado, Jeff Nichols parece ter prazer na construção de uma atmosfera reconhecível do gênero fim do mundo, usando as ferramentas conhecidas dessa estética para alterar a perspectiva sobre um pequeno drama familiar, insinuando análises sociais no contexto de um possível apocalipse.

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